Orlando Ferito (França)

SÃO LUIZ TEATRO MUNICIPAL
Sala Mario Viegas
22 de Maio às 21h (Domingo)

Documentário, 121m, 2013
Realização e argumento: Vincent Dieutre Com a participação de: Mimmo Cuticchio e Pupi da Associazione Figli D’Arte Cuticchio, Georges Didi-Huberman, Pierandrea Amato Fotografia: Arnold Pasquier Montagem: Dominique Auvray Produtor: Stéphane Jourdain Produção: La Huit Production Idioma: Francês e italiano, com legendagem em português Legendagem: Gentilmente cedida pelo Festival Indie Lisboa, com tradução de Leonor Pinela

Sessão apresentada por Nuno Crespo*



Num pequeno teatro de Palermo, os Pupi (as famosas marionetas sicilianas) lamentam o seu destino, ao mesmo tempo que o realizador chega pela primeira vez à Sicília à procura de uma nova esperança política.
Este documentário apresenta locais, palavras e corpos que circulam em torno da procura dos pirilampos sobreviventes. Embora Pasolini tenha anunciado em 1975 o Desaparecimento dos Pirilampos e do triunfo do Castelo de Mentiras, ao conhecer novas pessoas e a leitura de um pequeno ensaio de Georges Didi-Huberman, "A Sobrevivência dos Pirilampos”, questionam o cineasta, pessimista e desiludido. A sua história pessoal gradualmente transforma-se em esperança e revolta, sob o signo de Orlando, o príncipe ferido dos Pupi, e de Pirilampos.
No seu olhar documental e lúcido da Sicília actual, os clichês revelam-se, por detrás da teatralidade dos Pupi, a mafia, o abandono da política, a vergonha e repressão da homossexualidade e o culto omnipresente da morte acaba, eventualmente, por desenhar frágeis espaços de resistência. Um retrato pessoal da Sicília contemporânea e, mais amplamente da política italiana, e por extensão da Europa actual.
"E primeiro que tudo, os pirilampos desapareceram mesmo? Será que desapareceram todos?"







Vincent Dieutre nasceu em 1960 em Petit Quevilly, França. Após completar a licenciatura em História de Arte, ingressou na IDHEC – Instituto de Estudos de Cinema Avançados, e recebeu a bolsa 'Villa Médicis Hors les Murs', tendo vivido em Roma e Nova Iorque, antes de se dedicar à realização. Realizou o seu primeiro filme, Rome Désolée, em 1994, enquanto escrevia e ensinava na universidade, na Fémis e escolas de arte. Os seus filmes são essencialmente documentais e autobiográficos, tendo já ganho numerosos prémios.

*Nuno Crespo
Crítico de arte no jornal Público e ensaísta. Doutorado em filosofia, especialidade estética, pela Faculdade de Ciência Sociais e Humanas da Universidade de Lisboa. É investigador do Instituto de História da Arte da Universidade Nova de Lisboa onde coordena um núcleo de investigação sobre arte, crítica e política. Foi curador de várias exposições e publica regularmente textos sobre arte contemporânea.


Orlando Ferito (Roland Blessé) - Extrait 1 from lahuit on Vimeo.